sábado, 7 de fevereiro de 2009

Apenas um ponto de vista...

Todos os dias, ao escrever, penso sobre o seu primeiro contato com esse blog. A sua idade, a condição psicológica, moral e social que estará vivendo, o seu interesse em aprofundar o conhecimento sobre a sua história, a nossa história.
Ouvi muitos elogios, apoios incondicionais, mas também críticas por estar expondo publicamente algo tão pessoal e incomum. Algumas pessoas me questionaram, preocupadas, sobre o impacto que tudo isso te causaria, por ter um início “triste e injusto”. A idéia deveria ser apenas te contar o que tem de belo nisso tudo, o seu nascimento, o meu amor infinito por você. O mundo cor de rosa. Mas isso não seria leal com nenhum de nós dois. Não seria eu, nem você. Não poderia representar tudo que envolve a sua existência e a minha condição atual, e quem sabe até futura. A minha proposta é exatamente assegurar que nossas memórias não serão deturpadas, violentadas e depois assassinadas pelas mentes férteis e esclerosadas com o decorrer do tempo.
Só eu posso narrar a nossa história, baby. E sei que só nós dois podemos senti-la. E sei que, sendo MEU filho, saberá assimilar tudo de uma maneira favorável para seu crescimento pessoal.
Não agradei aos gregos, mas causei satisfação aos troianos.
Pelo menos ousei algo, saí de trás do escudo da vergonha e não aceitação e apostei. Espero ter jogado certo! Afinal, as moedas de ouro tornaram-se raras...
Depois de tudo o que aconteceu, Anachin, eu não poderia encolher os ombros, juntar as mãos, abaixar a cabeça até o queixo encostar no peito, e soltar aquele sorriso amarelo para a vida. Aí, sim! A vida poderia zombar de mim...
Um dia, há quatro anos, resolvi apontar o dedo na cara do destino e desafiá-lo para um duelo mortal. Até hoje lutamos, não há vencedor. Ainda...
Às vezes penso que talvez fosse mais fácil se eu não tivesse ousado tanto, mas a covardia não faz parte da minha natureza. Mesmo quando eu sabia que sairia perdendo, eu apostava. Hoje até acredito que isso simboliza uma parte ignorante do meu caráter. Não saber recuar...
E confesso que tenho receio de que você seja como eu, como uma maldição genética. Espera... Será mesmo maldição? Talvez eu esteja apenas observando a situação do lado errado. Um diagnóstico equivocado. Se algum dia me considerarem louca, a minha objeção será fatal! A loucura é um ponto de vista... Mas admito que até eu mesma, às vezes, acredito que estou delirando.
Sabe, filho... A cabeça dá voltas, nó cego de marinheiro. Pensar em desistir sempre é uma opção sedutora. Mas quer mesmo saber? JAMAIS!

Um comentário:

  1. Amiga linda..... eu acho esse seu gesto muito justo e lindisso para com seu filho... vc sabe q tb comecei a fazer isso pra Kaike, mas no meio do caminho a coragem se foi... o mundo não é feito apenas de um jardim florido e de borboletas dançantes... quer saber... ele tb precisa estar com os olhos abertos pra realidade... que ela seja dificil... ta... vc e nem ninguém queria assim, mas se ela existe é preciso ser forte e estar ciente de tudo para enfrentá-la... que bom q ele terá a vc... acredite... vc será uma mae fantástica e sua honestidade e sinceridade pra com todas estas situações so te faz melhor ainda... e quer saber... se alguém disser q não tem um pouco de loucura... vc tem duas opções... acreditar que esta pessoa é verdadeiramente UMA GRANDE MENTIROSA ou que a felicidade e o amor nunca foram reais na vida desta pessoa pq amor e felicidade envolvem um tantinho de loucura não é mesmo?? CORAGEM!!!
    Bjokas duplas...

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