segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

"Great songs never leave us, on a jet plane or otherwise..."

John Denver.
O conheci ainda muito jovem através dos cds do meu pai. Foi por causa dele que descobri a minha paixão por country music. Com ele que chorei muitas vezes quando estava triste e sorri quando senti alívio e felicidade. Ainda é assim...
Inexplicável como suas músicas tocam o meu íntimo, dizem coisas sobre a minha vida e exploram meus sentimentos. Sua voz... Ah, a sua voz me transmite paz de espírito mesmo quando sou traída e devastada por meus pensamentos. As minhas memórias com John Denver são magníficas!
Ele esteve presente quando senti a perda do meu primeiro amor, quando quis dizer adeus a algumas pessoas que deixei no Brasil em 2006, quando me senti insegura nos primeiros meses em Londres, quando me arrumava para o trabalho, as baladas, o Oneill’s! Esteve presente quando voltei ao Brasil e permaneci por seis meses sentindo falta dos ares e costumes europeus, quando decidi retornar e recomeçar a minha vida na cidade que escolhi para viver, quando reencontrei o seu pai e construímos uma história relâmpago! Quando descobri você... Quando tive que esquecer de mim e decidi vir embora novamente para o Brasil cinco meses após a minha volta para Londres.
Quando me despedi do seu pai, sem imaginar que poderia ser para sempre. Um adeus que eu entendi como “até logo!”
Quando realizei, já no Brasil, que estava sozinha e me sentindo abandonada.
John Denver está presente até hoje na minha dor, na decepção e desilusão... Ele também está nos meus planos para nós dois, baby!
Ele nunca esteve tão perto de mim quanto no dia em que decidi voltar. Eu estava no Hyde Park com o seu pai e, após uma dura e longa conversa, levantei-me e liguei para seus avós. Contei que estava difícil permanecer em Londres grávida e, por isso, voltaria para casa. Nao pude conter o choro e as lágrimas escorriam por meu rosto de uma maneira incessante. Eu finalmente tinha entendido que não teria o apoio necessário se ficasse lá e me conformei. Foram lágrimas de conformismo e dor, dois sentimentos que não deveriam nunca existir! Seu avô, como sempre maravilhoso, sem perguntar motivos, me disse: “Filha, estarei aqui esperando por você. Eu prometo que irei cuidar e amar seu filho como amo a você. E nada lhes faltará enquanto eu estiver vivo! Só te peço, minha filha, que não chore, por favor...”. Sua avó, mais fria por natureza, mas não menos preocupada e sentida, me perguntou se tudo estava bem conosco, para eu me cuidar e voltar em paz.
Seu pai assistia a tudo de fora da cabine telefônica e, ao fim da ligação, abriu a porta e me puxou com toda a força para os braços dele. E choramos juntos, por bastante tempo. Tudo decidido! Uma semana depois eu estaria no Brasil, sozinha...
Do parque então começou a despedida, e numa loja de cd encontramos John Denver novamente. Por um segundo esqueci de todo o sofrimento e seu pai, com o sorriso mais familiar que eu pude identificar nele depois de um mês, tocou na minha barriga e disse: “You’re beautiful! The baby is there, I can feel it! You’ll be so beautiful...”. E me deu um beijo cheio de amor. Sinto muito a falta daquele momento na loja...
Nosso destino então foi a minha casa, o meu quarto, todas as nossas lembranças naqueles cinco meses que estivemos literalmente juntos. Então eu quis reencontrar John Denver e pus o cd que havia comprado para tocar. A primeira música, “Leaving On A Jet Plane”.
“So Kiss me and smile for me
Tell me that you’ll wait for me
Hold me like you’ll never let me go
‘Cause I’m leaving on a jet plane
Don’t know when I’ll be back again
Oh babe, I hate to go...”

Nossa! Ele sempre acerta, filho! Eu e seu pai, abraçados na minha cama, choramos muito! Choramos o cd inteiro, porque todas as músicas diziam algo que nos tocavam a alma. Todas as canções representaram, naquele momento, a despedida mais linda e sofrida, os sentimentos que estavam sendo abortados, as memórias que lutaram bravamente, em vão, para não se resumirem a promessas não cumpridas como agora.
Ao fim da primeira música eu disse a seu pai: “Babe, I hate to go...”
Mas nem John Denver foi capaz, dessa vez, de evitar a minha volta ao Brasil... E eu me senti como na canção “Fly Away”.
“In the whole world there’s nobody as lonely as she
There’s nowhere to go and there’s nowhere that she’d rather be...”
Agora mesmo ele está cantando para mim, no meu quarto, enquanto escrevo para você sobre a sua história. Ele me acompanha nas manhãs quando acordo e lembro daquele dia, quando vou dormir e imagino te ninar com as maravilhosas melodias de suas músicas, quando canto para você reconhecer a minha voz desafinada e cheia de amor, quando dirijo ao me sentir só e angustiada, quando respiro e quando estou apaixonada por meus pensamentos mais loucos e sinceros!
Eu faço questão que a sua primeira dança seja comigo, ao som de John Denver, porque ele representa toda a nossa história juntos. Ele representa o meu amor por você, Anachin.
“I know that life goes on just perfectly
Everything is just the way it should be
Still there are times when my heart feels like breaking
And anywhere is where I'd rather be”
Ele acertou mais uma vez...

2 comentários:

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  2. Uma musica pra ti...

    She’s got a baby inside
    And holds her belly tight
    All through the night
    Just so she knows
    He’s sleeping so
    Safely to keep
    Him growing
    And oh when he'll open his eyes
    There'll be no surprise
    That he'll grow to be
    So beautifully
    Just like her mother
    That’s carrying

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